Espero que alguém sobreviva comigo até essa idade. Porque é nesse caminho que eu vou!
sexta-feira, 28 de maio de 2010
VIVENDO E BEBENDO
Espero que alguém sobreviva comigo até essa idade. Porque é nesse caminho que eu vou!
CURITIBA RECEBE FESTIVAL DA CACHAÇA
Programação conta com degustação de drinks e aulas de gastronomia.
Drinks e pratos especiais preparados com cachaça estão entre as atrações do Festival Gastronômico da Cachaça Paranaense e Derivados da Cana-de-Açúcar, que acontece em Curitiba. O evento vai até sábado (29), no Mercado Municipal de Curitiba.
De acordo com a prefeitura, os visitantes vão participar de degustação e palestras com especialistas sobre a história da cachaça, novidades e tendências. Já o cardápio das aulas de culinária inclui quatro pratos salgados e quatro sobremesas, todos com ingredientes derivados da cana-de-açúcar.
A coordenação do festival é da Secretaria Municipal do Abastecimento e da Associação de Comerciantes do Mercado Municipal de Curitiba, com apoio da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-PR).
A entrada para o festival custa R$ 15, com direito a participação nas palestras e degustações especiais e a uma caneca personalizada do festival. Cada aula de gastronomia custa R$ 30, incluindo as mesmas vantagens do ingresso convencional. As inscrições podem ser feitas no site do Mercado Municipal de Curitiba.
ACONTECEU EM MAIO
FATOS HISTÓRICOS | |
Perseguição no Vietnã No dia 31 de maio de 1966, monges budistas atearam fogo contra seus próprios corpos em Saigon, como forma de protesto contra a política do governo militar do Vietnã do Sul. Os monges faziam greves de fome e cometiam suicídio para exigir a igualdade perante a lei, a livre prática e propagação da fé budista. |
TORTA DE LARANJA
Uma das minhas tortas favoritas feita pela filhota. Uma delicia.
250 g de açucar
2 colheres sopa de farinha com fermento
1 colher de sopa de farinha maizena
8 ovos
2 laranjas (sumo de 1 e raspa das 2)
margarina p/ untar a forma
Misture o açucar com as farinhas e envolva. Adicione os ovos, um a um, sem parar de mexar. Bata até obter um preparado homogéneo.
Adicione a raspa e o sumo de laranja. Bata mais um pouco e verta a massa em tabuleiro untado com margarina e forrado com papel vegetal. Leve ao forno a 180º por cerca de 25 minutos.
Depois de cozida desenforme sobre papel vegetal e enrole.
PERNIL COM BATATA DOCE
Comprei um pedaço de perna de porco com o proposito de assa-la lentamente.Na vespera temperei-a com sal, uma mistura de alho, pimentão, coentros, piri-piri, azeite e vinagre. Massagei a carne para os temperos agregarem e deixei em repouso até á manhã do dia seguinte.
Por volta das 8,00h coloquei-a no forno tapada com papel de aluminio em temperatura de 150º e assim foi assando áté as 12h, de vez em quando virando-a para que assasse por igual, os ultimos 30 minutos, retirei o papel de aluminio e aumentei a temperatura para que tostasse.
Retirei a carne, e juntei ao molho da assadeira um pouco de vinho branco, levei novamente ao forno para o vinho evaporar e ficar um molhinho bem gostoso para acompanhar a carne.
MICROCONTOS: O AMOR É VENENO
De Brasília (DF)
Sincretismo
Transformaram o velho cinema pornô em templo religioso. De vez em quando baixa o Diabo na carne de Miss Jones. E aí é um Deus nos acuda.
Michael Phelps, meu pai
A vida toda procurando o pai. Até descobrir que ele tinha a cauda mais longa e nadava mais rápido do que todos os adversários. E só.
O amor é veneno
Preparou o prato que o marido mais gosta. Com tanto amor e carinho, que até esqueceu de acrescentar o arsênico.
Penélope
Escrevia de dia e deletava à noite. Sentia que assim o livro ficava cada vez mais denso.
História da riqueza do homem
O mendigo e o vira-latas têm um ao outro. Talvez sejam mais ricos do que este que lhes fecha na cara o vidro do carro importado.
Depois do enterro
Dói tudo, e mais que tudo a certeza de que a noite amanhecerá como se nada tivesse acontecido.
O microconto do século
Pretendia escrever o romance do século. Quando o avião começou a cair, só teve tempo para um microconto.
HAI-KAI
minhas mãos te olham estranha fotografia onde meus olhos te tocam | |
Lisa Carducci Tradução de Carlos Seabra |
JOÃO SALDANHA, THE MOVIE
Cena 1: a Seleção Brasileira treina no campo da Gávea, cercada de torcedores e sem cobrança de ingresso. Você não viu isso esta semana, claro. É uma imagem de arquivo de uma das primeiras convocações da seleção que disputaria as Eliminatórias da Copa de 70, tendo João Saldanha como treinador.
Cena 2: a Seleção Brasileira é recebida no Palácio do Planalto, em Brasília, pelo presidente da República. Não a imagem desta semana, com Lula. A Seleção voltava de uma Copa com a taça de campeão do mundo. Também não se trata da festa de 2002, com FHC no poder, tão lembrada esta semana (cambalhota de Vampeta etc). Mas a visita de 1970. Na volta do México, Jules Rimet conquistada definitivamente, os tricampeões do mundo tiveram que visitar o Palácio, onde mandava Médici. O capitão do tri, Carlos Alberto Torres, aparece na mesa do ditador. Constrangido, pelo jeito. De onde se pode concluir: seja qual for a cor do governo, vermelho do PT, azul dos tucanos ou verde-oliva da ditadura militar, o futebol sempre foi/é/será usado pelos políticos, em especial a seleção nacional).
As duas cenas de arquivo estão em “João”, filmaço de André Iki Siqueira e Beto Macedo sobre a vida do “comentarista que o Brasil consagrou”: João Saldanha (com musiquinha!)quinta-feira, 6 de maio de 2010
quarta-feira, 5 de maio de 2010
"FIZ-ME REVOLUCIONÁRIO!"
No conto "Lama e folhas", do escritor cearense Moreira Campos (foto), a fina ironia sobre os jovens "revolucionários" que disfarçam com política a manguaça e a vadiagem - e sobre as jovens que caem nesse engodo:
Trancei pernas nas ruas, espreguicei-me nos bancos de avenida, dormi em porões de pensões, enganando os proprietários e fiz-me revolucionário: batia-me pela queda das instituições vigentes e pregava, vagamente, a necessidade de uma nova ordem.
Foi por esse tempo que Marta me conheceu. Sem dúvida, impressionou-se com a minha cabeleira inflamada e pupila conspiradora. Era então uma menina lânguida, com leitura de romances baratos, onde, naturalmente, se apresentam, aureolados, tipos aventureiros e vagabundos. Isso cala na alma ingênua das mulheres. A ficção é uma arte perniciosa. A velha, mulherão enérgico, conhecedora do preço da carne e do aluguel da casa, claro que desejava para a filha algo mais valioso: um ser barrigudo, careca que fosse, mas próspero, capaz de assegurar-lhe estabilidade e acudir a família nos momentos mais aflitivos.
Depois de casado com a pobre moça, vejam o que acontece com o "revolucionário" (e com a sogra que antes o odiava):
À sombra do meu sogro, que conta algumas amizades proveitosas, consegui o lugar de escriturário num Banco. Como empregado, segui este lema: flexionava a espinha diante dos chefes e era autoritário com os humildes. É um meio seguro de vencer-se. Venci: fui de escriturário ao cargo mais vantajoso: o Caixa. Aí, com seis meses, dei um desfalque de quarenta mil cruzeiros. Houve inquérito, demitiram-me, ameaças de prisão. Meu sogro andava acabrunhado, falava em reputação, cabelos brancos, seu círculo de relações e outras surradas hipocrisias. Não fazia muito caso do velho. Seus desejos em casa nem sempre são atendidos, autoridade frágil. Minha sogra apoiava-me em silêncio.
Depois tudo entrou em sossego. E, pagos honorários de advogados, gratificações na polícia, salvei ainda uns trinta mil cruzeiros com que me estabeleci. Ninguém poderá censurar-me: quase todas as fortunas têm, mais ou menos, essa origem.
ENTÃO VAMOS COMEMORAR... COM BLOOD MARY!
Elegante, sua origem não poderia ser outra senão a Paris dos anos 20. O autor da bebida foi o americano Peter Petiot, que comandava o balcão do Harrys New York Bar, que até hoje funciona no número 5 da Rue Doneau. Com a beberagem, Patiot atendeu a pedidos de compatriotas que visitavam a França e pretendiam levar para os Estados Unidos, então submetidos à Lei Seca, uma bebida cuja aparência e odor mascarasse o teor alcoólico e fosse, ao mesmo tempo, fácil de preparar.
Batizada inicialmente com o pouco sutil nome de Bucket of Blood (Balde de Sangue), apenas em 1934, quando passou a ser preparada também nos Estados Unidos, a mistura recebeu o nome atual, mais precisamente no bar do Hotel St. Regis Sheraton, na esquina da Rua 55 com a 5ª Avenida, em Nova York. O Sheraton propagandeia em seus cartões de endereço a paternidade do drinque. O nome americano, segundo a mais plausível das versões, seria uma referência a rainha Mary I, da Inglaterra, que, devido à implacável perseguição aos protestantes puritanos, no período da restauração do catolicismo apostólico romano, no século XVI, tornou-se conhecida pelo apelido de Bloody Mary ou Mary, a sanguinária, numa tradução livre.
1 dose de vodca
4 ou 5 doses de suco de tomate
1 pitada de sal para temperar
molho inglês
pimenta do reino
gotas de limão
Misturar todos os ingredientes e despejar num copo tipo “Long Dring”. Decorar com uma fatia de limão.
SOLIVAN BRUGNARA
http://pergaminhosolivan.blogspot.com/
no sarau com chás, torradas e alguns maridos.
Terno amassado com cheiro de brechó,
camisa bege encardida.
Recusou o chá, procurou vinho
e como está acostumado a achar espaços
em ônibus lotados,
foi fácil subir ao palco.
Com a voz beirando o grito
iniciou o poema:
-A puta!
Soou como sirene com cárie.
Olhos voltaram-se, como girassóis raivosos
para a palavra, tão vermelha
que manchou de rubro a face das senhoras.
E o constrangimento se manteve
até o arremate de Batista:
-A puta, de Carlos Drummond de Andrade!
Alívio entre as senhoras, sorrisos, e mesmo aplausos.
É Batista, confirma-se a tese
que o maldito está no poeta
e não na poesia.
Tuas doces poesias são consideradas malditas
só porque não lava as mãos antes de fazê-las.
De Solivam
RRRECOMENDOOOOOOO....
“Chill out”
O disco é de 1995 e dividiu opiniões. Os puristas resistiam às concessões comerciais de John Lee Hooker (1917-2001) na fase final de sua longa carreira. Mas, felizmente, o mestre não perdeu muito tempo distribuindo satisfações.
O bar está fechando. Johnny pede ao garçom “One bourbon, one scotch, one beer”.
HAI-KAI
Água do poço: o menino baixa o balde, sobe uma estrela. | |
Maria Santamarina Tradução de Carlos Seabra |