sexta-feira, 31 de julho de 2009

O MAR DE HOKAIDO



o céu e o mar
no horizonte nenhuma fresta,
para te espiar.

Núbia Parente

CONCURSO DE BARISTA NO MERCADO MUNICIPAL DE CURITIBA


Um concurso de barista e uma exposição sobre a história do café vão marcar as comemorações dos 51 anos do Mercado Municipal de Curitiba (2 de agosto). A programação especial de aniversário, organizada pela Secretaria Municipal do Abastecimento, será de 5 a 9 de agosto, com exposição na ala do Mercado de Orgânicos sobre a história do café, a etapa paranaense do 9º Campeonato Brasileiro de Baristas e cursos de preparo de café.
Toda a cadeia do café será apresentada na exposição, dos sistemas de produção antigos e modernos até a industrialização e comercialização do produto. O consumidor terá informações sobre os mais variados tipos de café, formas de preparo, marcas paranaenses, o processo da prova do café para avaliar a qualidade, exposição de máquina torrefadora e demonstração da torrefação de grãos.
Com peças do Museu do Café de Londrina, a exposição montada pela Integrada Cooperativa Agroindustrial terá fotos antigas e equipamentos que recriam o cotidiano de uma família produtora de café. ?O café é um marco histórico no agronegócio brasileiro e paranaense, e atualmente continua sendo uma importante cadeia produtiva, portanto merece destaque?, diz o secretário municipal do Abastecimento, Norberto Ortigara.
Outra grande atração do evento será o 9º Campeonato Brasileiro de Baristas 2009 - Etapa Paraná, com profissionais do Sul do país. A programação especial de aniversário terá ainda degustação de café, filmes antigos sobre o grão e cursos de barista.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

COMENDO ORELHA DE PORCO EM MADRID


Esta receita tem uma boa estória. Passeando pelas avenidas e ruas em Madrid, eu e Rosário entramos num pequeno mercado de peixes. Depois de algumas compras, e enquanto Rosário escolhia gambas e calamares, entrei num pequeno e simpático bar para tomar "unas cañas". Dentro da estufa com vários tipos de platas, vislumbrei o prato... Paixão à primeira vista. Experimentei com pequenas porções de pão e... caña (um chopp bem saboroso e gelado na medida certa). A idéia de fazer esta receita com o petisco em Santa Felicidade para os amigos foi demorou um pouco, mas quando fiz... agradou a todos, e está virando moda aqui no bairro italiano de Curitiba. É muito fácil mesmo... mas o resultado é muito saboroso. Melhor: não tem gordura alguma.
SALADA DE ORELHA DE PORCO
Receita para 4 pessoas


Ingredientes: 2 orelhas de porco cozidas 3 dentes de alho coentros frescos picadossal, pimenta, azeite e vinagre q.b.

Preparação: Lave as orelhas de porco e corte-as em trinchas muito finas, coloque-as depois em tigelas ou pratinhos e tempere-as com sal, pimenta, os dentes de alho e coentros picados, azeite e vinagre.

AZAR DE QUEM JÁ FOI PRO CÉU

Surge em Curitiba (PR) a Diabólica. Uma cerveja artesanal que nasceu da idéia de cinco curitibanos aficcionados pela cultura da cerveja que desejam resgatar as tradições das cervejas de antigamente.
Seu lançamento, com limitadíssimas 350 garrafas, ocorreu no dia 21/02/09 na Cervejaria da Vila – bar da capital paranaense dedicado à cultura da cerveja. A Diabólica é uma cerveja do estilo Indian Pale Ale, elaborada respeitando as antigas tradições cervejeiras. Utiliza uma sala de brasagem à lenha no processo de mostura e fervura, sendo refermentada na garrafa. A sua receita leva 7 tipos de maltes diferentes e utiliza o “Dry Hopping”, que é a adição de lúpulo ao final do processo de fermentação. Tudo isso confere a essa diaba das cervejas uma coloração avermelhada – como a de um braseiro - com aromas potentes de frutas cítricas e um amargor persistente.
Para deixá-la ainda mais “endiabrada”, o publicitário Rafael Higino da Silveira desenvolveu um cativante e original rótulo vermelho, destacando os 6,66 % de teor alcoólico da cerveja. Silveira é também um dos criadores da cerveja.
Mexendo tudo isso no caldeirão: o jeito antigo de fazer, o estilo histórico e uma receita maldosa, ficou fácil batizá-la. Mais do que isso, ficou fácil despertar a fantasia e a diversão nas mesas dos apreciadores de cervejas. O rótulo, o site e toda a comunicação foram feitos em harmonia com o precioso líquido e com qualidades semelhantes: personalidade, força e amargor.
Até o momento a Diabólica pode ser encontrada em poucos e exclusivos lugares, entre eles a Cervejaria da Vila e o Armazém da Serra, ambos em Curitiba (PR), comercializada aproximadamente a R$13,00 por garrafa de 600 ml.
Diante dessa produção limitadíssima, a sugestão é acompanhar de perto o site da Diabólica. Lá existem informações sobre os próximos lotes e como anda sua distribuição. E rezar para encontrar uma perto de você.

OS 10 ANOS DA MORTE DE JAYME CAETANO BRAUN




Dez anos depois da sua morte, aos 75 anos, o inimitável pajador de Bossoroca continua sendo reverenciado como um dos maiores artistas do nosso tempo no Rio Grande do Sul e um homem que estava sempre disposto a defender a cultura e os valores do gaúcho no palco ou longe dele. Ao completar uma década da morte do pajador Jayme Caetano Braun, o frio parece o mesmo daquele 8 de julho de 1999, em Porto Alegre, numa oposição poética ao calor do dia 30 de janeiro de 1924, quando nasceu em Bossoroca. O pajador missioneiro foi divisor de águas na cultura gaúcha e viveu seus 75 anos com dignidade e reconhecimento. Era poeta comparável aos de fama nacional, mas seus versos ficaram presos entre os horizontes do gauchismo. Foi o maior improvisador e um dos artistas regionalistas mais aplaudidos de seu tempo. Contudo, a pajada somente foi reconhecida oficialmente pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) dois anos após sua morte.

Foi exército de um homem só por 20 anos, quando começaram a surgir seus primeiros seguidores no improviso, dentre os quais me enquadro. A pajada sobrevive graças a Braun com sua força poética, persistência, defesa dos valores do gaúcho, poder de oratória, postura artística e evolução espiritual. Porque quando ele improvisava, as almas pré-colombianas convertiam sóis e luas pro interior de sua voz. Seus versos campeiros, filosóficos e de protestos possuíam luz transcendental. Abaixo um dos mais belos poemas do grande poeta, Cemitério de Campanha

Cemitério de campanha,
Rebanho negro de cruzes,
Onde à noite estranhas luzes
Fogoneiam tristemente;
Até o próprio gado sente
No teu mistério profundo
Que és um pedaço de mundo
Noutro mundo diferente.

Pouso certo dos humanos
Fim de calvário terreno,
Onde o grande e o pequeno
Se irmanam num mundo só.
E onde os suspiros de dó
De nada significam
Porque em ti os viventes ficam
Diluídos no mesmo pó.

Até o ar que tu respiras
Morno, tristonho e pesado,
Tem um cheiro de passado
Que foi e não volta mais.
A tua voz, são os ais
Do vento choramingando
Eternamente rezando
Gauchescos funerais.

Coroas, tocos de vela
De pavios enegrecidos
Que tem Terços mal concorridos
Foram-se queimando a meio
Cruzes de aspecto feio
De alguém que viveu penando
E depois de andar rolando
Retorna ao chão de onde veio.

Mas que importa a diferença
Entre urna cruz falquejada
E a tumba marmorizada
De quem viveu na opulência?
Que importa a cruz da indigência
A quem já não vive mais,
Se somos todos iguais
Depois que finda a existência?

Que importa a coroa fina
E a vela de esparmacete?
Se entre os varais do teu brete
Nada mais tem importância?
Um patrão, um peão de estãncia
Um doutor, uma donzela?
Tudo, tudo se nivela
Pela insignificãncia.

Por isso quando me apeio
Num cemitério campeiro
Eu sempre rezo primeiro
Junto a cruz sem inscrição,
Pois na cruz feita a facão
Que terra a dentro se some
Vejo os gaúchos sem nome
Que domaram este Chão.

E compreendo, cemitério,
Que és a última parada
Na indevassável estrada
Que ao além mundo conduz
E aqueces na mesma luz
Aqueles que não tiveram
E aqueles que não quiseram
No seu jazigo uma Cruz.

E visito, de um por um,
No silêncio, triste e calmo,
Desde a cruz de meio palmo
Ao irnais rico mausoléu,
Depois, botando o chapéu
Me afasto, pensando a esmo:
Será que alguém fará o mesmo
Quando eu for tropear no Céu???

CURITIBA, HOJE

Chuva cinzenta:
hoje é um dia feliz
mesmo com o Fuji invisível

Matsuo Bashô

quarta-feira, 29 de julho de 2009

POTY NO MERCADO MUNICIPAL DE CURITIBA


Poty - Napoleon Potyguara Lazzarotto (1924-1998), nasceu e morreu em Curitiba-PR. Filho de italianos começou a se interessar por desenho ainda bem criança. Seu pai era ferroviário e sua mãe mantinha um restaurante na cidade, o Vagão do Armistício, muito freqüentado por intelectuais paranaenses.
Cursou a Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, e com bolsa de estudos do governo francês, estudou litografia na École Supérieure des Beaux-Arts, em Paris.
O trabalho gráfico de Poty é muito reconhecido, tendo ilustrado importantes obras literárias: Jorge Amado, Graciliano Ramos, Euclides da Cunha, Machado de Assis, Guimarães Rosa, Mário Palmério, Alcântara Machado, Dinah Silveira de Queiroz, Raquel de Queiroz, José de Alencar, Dalton Trevisan e outros escritores. O Painel acima apresentado tem um significado especial, já que Poty era um freqüentador assíduo do Mercado Municipal.

A FESTA DA TAINHA EM PARANAGUÁ




Esta receita é tipica do litoral paranaense, e eu a fiz no último semana em casa. Foi depois de ler uma reportagem sobre a Festa da Tainha, em Paranaguá, que me abriu o apetite. Não perdi tempo, fui com minha esposa Rosário comprar uma tainha superfresca no Mercado Municipal de Curitiba. Ficou muito saborosa, acompanhada de arroz branco e uma salada de alface. Além disso valeu - e sempre vale - , o passeio pelos cheiros e sabores do mercado. Veja: http://www.mercadomunicipaldecuritiba.com.br/


TAINHA NA TELHA
Ingredientes
· 1 tainha grande limpa sem a espinha (2,5 kg aproximadamente)
· 2 colheres (sopa) de suco de limão
· 2 a 3 folhas de sálvia picadas (opcional)
· Sal e pimenta-do-reino a gosto
Recheio
· 3 colheres (sopa) de óleo, 1 cebola média picada
· 1/2 xícara (chá) de salsinha e cebolinha picadas
· 500 g de camarões pequenos limpos
· 1 xícara (chá) de farinha de mandioca
· 6 azeitonas picadas
· Sal a gosto
Guarnição
· 20 batatas pequenas inteiras
· 1 cebola cortada em rodelas
· 1 tomate cortado em rodelas
Modo de preparo
Lave bem uma telha tipo colonial e deixe-a secar. Feche as pontas com papel-alumínio e reserve. Tempere o peixe com o limão, a sálvia, o sal e a pimenta
Recheio
Aqueça o óleo e refogue a cebola, a salsinha e a cebolinha. Acrescente os camarões e cozinhe por dois minutos. Junte a farinha, as azeitonas e o sal. Mexa por mais dois minutos e retire do fogo. Recheie o peixe com a farofa e ponha-o dentro da telha. Leve ao forno preaquecido por cerca de 30 minutos.
Guarnição
Cozinhe as batatas em água com sal. Escorra e reserve. Retire o peixe do forno e cubra-o com as batatas e as rodelas de cebola e tomate. Leve ao forno e asse por mais 15 minutos. Sirva com arroz.