sexta-feira, 28 de maio de 2010

VIVENDO E BEBENDO



Os britânicos Les Perkins, de 98 anos, e Chris Parfitt, 95, bebem juntos no mesmo bar de Somerset, na Inglaterra, há 82 anos. A dupla é o exemplo vivo do conceito “cliente fiel” para o pub Waggon and Horses. Eles se conheceram naquele bar quando ainda tinham 13 anos e estavam com seus pais. Com o passar dos anos, Perkins e Parfitt tomaram gosto pela bebida e fizeram do pub seu ponto de encontro semanal. E lá se vão mais de oito décadas. Recentemente, a dupla foi fotografada no balcão do bar, onde brindou a amizade ea bebedeira.

Espero que alguém sobreviva comigo até essa idade. Porque é nesse caminho que eu vou!

CURITIBA RECEBE FESTIVAL DA CACHAÇA

Programação conta com degustação de drinks e aulas de gastronomia.



Cachaças Curitiba

Drinks e pratos especiais preparados com cachaça estão entre as atrações do Festival Gastronômico da Cachaça Paranaense e Derivados da Cana-de-Açúcar, que acontece em Curitiba. O evento vai até sábado (29), no Mercado Municipal de Curitiba.

De acordo com a prefeitura, os visitantes vão participar de degustação e palestras com especialistas sobre a história da cachaça, novidades e tendências. Já o cardápio das aulas de culinária inclui quatro pratos salgados e quatro sobremesas, todos com ingredientes derivados da cana-de-açúcar.

A coordenação do festival é da Secretaria Municipal do Abastecimento e da Associação de Comerciantes do Mercado Municipal de Curitiba, com apoio da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-PR).

A entrada para o festival custa R$ 15, com direito a participação nas palestras e degustações especiais e a uma caneca personalizada do festival. Cada aula de gastronomia custa R$ 30, incluindo as mesmas vantagens do ingresso convencional. As inscrições podem ser feitas no site do Mercado Municipal de Curitiba.

PRÁ NÃO ESQUECER...


CLÁUDIA CARDINALE

ACONTECEU EM MAIO


Perseguição no Vietnã
No dia 31 de maio de 1966, monges budistas atearam fogo contra seus próprios corpos em Saigon, como forma de protesto contra a política do governo militar do Vietnã do Sul. Os monges faziam greves de fome e cometiam suicídio para exigir a igualdade perante a lei, a livre prática e propagação da fé budista.

TORTA DE LARANJA



Uma das minhas tortas favoritas feita pela filhota. Uma delicia.

250 g de açucar
2 colheres sopa de farinha com fermento
1 colher de sopa de farinha maizena
8 ovos
2 laranjas (sumo de 1 e raspa das 2)
margarina p/ untar a forma

Misture o açucar com as farinhas e envolva. Adicione os ovos, um a um, sem parar de mexar. Bata até obter um preparado homogéneo.
Adicione a raspa e o sumo de laranja. Bata mais um pouco e verta a massa em tabuleiro untado com margarina e forrado com papel vegetal. Leve ao forno a 180º por cerca de 25 minutos.
Depois de cozida desenforme sobre papel vegetal e enrole.

PERNIL COM BATATA DOCE



Comprei um pedaço de perna de porco com o proposito de assa-la lentamente.Na vespera temperei-a com sal, uma mistura de alho, pimentão, coentros, piri-piri, azeite e vinagre. Massagei a carne para os temperos agregarem e deixei em repouso até á manhã do dia seguinte.
Por volta das 8,00h coloquei-a no forno tapada com papel de aluminio em temperatura de 150º e assim foi assando áté as 12h, de vez em quando virando-a para que assasse por igual, os ultimos 30 minutos, retirei o papel de aluminio e aumentei a temperatura para que tostasse.
Retirei a carne, e juntei ao molho da assadeira um pouco de vinho branco, levei novamente ao forno para o vinho evaporar e ficar um molhinho bem gostoso para acompanhar a carne.
Cortei a carne em fatias e servi juntamente com batata doce assada e salada verde.

E PARA ACOMPANHAR UM CAFEZINHO...

PICASSO É DE DAR CARAMINHOLAS NA CABEÇA


MICROCONTOS: O AMOR É VENENO

José Rezende Jr.

De Brasília (DF)

Sincretismo
Transformaram o velho cinema pornô em templo religioso. De vez em quando baixa o Diabo na carne de Miss Jones. E aí é um Deus nos acuda.

Michael Phelps, meu pai
A vida toda procurando o pai. Até descobrir que ele tinha a cauda mais longa e nadava mais rápido do que todos os adversários. E só.

O amor é veneno
Preparou o prato que o marido mais gosta. Com tanto amor e carinho, que até esqueceu de acrescentar o arsênico.

Penélope
Escrevia de dia e deletava à noite. Sentia que assim o livro ficava cada vez mais denso.

História da riqueza do homem
O mendigo e o vira-latas têm um ao outro. Talvez sejam mais ricos do que este que lhes fecha na cara o vidro do carro importado.

Depois do enterro
Dói tudo, e mais que tudo a certeza de que a noite amanhecerá como se nada tivesse acontecido.

O microconto do século
Pretendia escrever o romance do século. Quando o avião começou a cair, só teve tempo para um microconto.

José Rezende Jr. publicou dois livros (de contos em "tamanho normal"): A Mulher-Gorila e Eu perguntei pro velho se ele queria morrer (e outras estórias de amor), ambos pela 7Letras. O primeiro, já esgotado, pode ser lido/baixado em www.joserezendejr.jor.br (jornalismo&literatura).

HOJE NAS BANCAS...

HAI-KAI

minhas mãos te olham
estranha fotografia
onde meus olhos te tocam
Lisa Carducci
Tradução de Carlos Seabra

JOÃO SALDANHA, THE MOVIE


Cena 1: a Seleção Brasileira treina no campo da Gávea, cercada de torcedores e sem cobrança de ingresso. Você não viu isso esta semana, claro. É uma imagem de arquivo de uma das primeiras convocações da seleção que disputaria as Eliminatórias da Copa de 70, tendo João Saldanha como treinador.

Cena 2: a Seleção Brasileira é recebida no Palácio do Planalto, em Brasília, pelo presidente da República. Não a imagem desta semana, com Lula. A Seleção voltava de uma Copa com a taça de campeão do mundo. Também não se trata da festa de 2002, com FHC no poder, tão lembrada esta semana (cambalhota de Vampeta etc). Mas a visita de 1970. Na volta do México, Jules Rimet conquistada definitivamente, os tricampeões do mundo tiveram que visitar o Palácio, onde mandava Médici. O capitão do tri, Carlos Alberto Torres, aparece na mesa do ditador. Constrangido, pelo jeito. De onde se pode concluir: seja qual for a cor do governo, vermelho do PT, azul dos tucanos ou verde-oliva da ditadura militar, o futebol sempre foi/é/será usado pelos políticos, em especial a seleção nacional).

As duas cenas de arquivo estão em “João”, filmaço de André Iki Siqueira e Beto Macedo sobre a vida do “comentarista que o Brasil consagrou”: João Saldanha (com musiquinha!)

quarta-feira, 5 de maio de 2010

"FIZ-ME REVOLUCIONÁRIO!"

No conto "Lama e folhas", do escritor cearense Moreira Campos (foto), a fina ironia sobre os jovens "revolucionários" que disfarçam com política a manguaça e a vadiagem - e sobre as jovens que caem nesse engodo:

Trancei pernas nas ruas, espreguicei-me nos bancos de avenida, dormi em porões de pensões, enganando os proprietários e fiz-me revolucionário: batia-me pela queda das instituições vigentes e pregava, vagamente, a necessidade de uma nova ordem.
Foi por esse tempo que Marta me conheceu. Sem dúvida, impressionou-se com a minha cabeleira inflamada e pupila conspiradora. Era então uma menina lânguida, com leitura de romances baratos, onde, naturalmente, se apresentam, aureolados, tipos aventureiros e vagabundos. Isso cala na alma ingênua das mulheres. A ficção é uma arte perniciosa. A velha, mulherão enérgico, conhecedora do preço da carne e do aluguel da casa, claro que desejava para a filha algo mais valioso: um ser barrigudo, careca que fosse, mas próspero, capaz de assegurar-lhe estabilidade e acudir a família nos momentos mais aflitivos.


Depois de casado com a pobre moça, vejam o que acontece com o "revolucionário" (e com a sogra que antes o odiava):

À sombra do meu sogro, que conta algumas amizades proveitosas, consegui o lugar de escriturário num Banco. Como empregado, segui este lema: flexionava a espinha diante dos chefes e era autoritário com os humildes. É um meio seguro de vencer-se. Venci: fui de escriturário ao cargo mais vantajoso: o Caixa. Aí, com seis meses, dei um desfalque de quarenta mil cruzeiros. Houve inquérito, demitiram-me, ameaças de prisão. Meu sogro andava acabrunhado, falava em reputação, cabelos brancos, seu círculo de relações e outras surradas hipocrisias. Não fazia muito caso do velho. Seus desejos em casa nem sempre são atendidos, autoridade frágil. Minha sogra apoiava-me em silêncio.
Depois tudo entrou em sossego. E, pagos honorários de advogados, gratificações na polícia, salvei ainda uns trinta mil cruzeiros com que me estabeleci. Ninguém poderá censurar-me: quase todas as fortunas têm, mais ou menos, essa origem.

ENTÃO VAMOS COMEMORAR... COM BLOOD MARY!


Elegante, sua origem não poderia ser outra senão a Paris dos anos 20. O autor da bebida foi o americano Peter Petiot, que comandava o balcão do Harrys New York Bar, que até hoje funciona no número 5 da Rue Doneau. Com a beberagem, Patiot atendeu a pedidos de compatriotas que visitavam a França e pretendiam levar para os Estados Unidos, então submetidos à Lei Seca, uma bebida cuja aparência e odor mascarasse o teor alcoólico e fosse, ao mesmo tempo, fácil de preparar.

Batizada inicialmente com o pouco sutil nome de Bucket of Blood (Balde de Sangue), apenas em 1934, quando passou a ser preparada também nos Estados Unidos, a mistura recebeu o nome atual, mais precisamente no bar do Hotel St. Regis Sheraton, na esquina da Rua 55 com a 5ª Avenida, em Nova York. O Sheraton propagandeia em seus cartões de endereço a paternidade do drinque. O nome americano, segundo a mais plausível das versões, seria uma referência a rainha Mary I, da Inglaterra, que, devido à implacável perseguição aos protestantes puritanos, no período da restauração do catolicismo apostólico romano, no século XVI, tornou-se conhecida pelo apelido de Bloody Mary ou Mary, a sanguinária, numa tradução livre.


Ingredientes

1 dose de vodca
4 ou 5 doses de suco de tomate
1 pitada de sal para temperar
molho inglês
pimenta do reino
gotas de limão

Modo de Preparo

Misturar todos os ingredientes e despejar num copo tipo “Long Dring”. Decorar com uma fatia de limão.

SOLIVAN BRUGNARA


http://pergaminhosolivan.blogspot.com/

Batista entrou sem ser convidado
no sarau com chás, torradas e alguns maridos.
Terno amassado com cheiro de brechó,
camisa bege encardida.
Recusou o chá, procurou vinho
e como está acostumado a achar espaços
em ônibus lotados,
foi fácil subir ao palco.
Com a voz beirando o grito
iniciou o poema:
-A puta!
Soou como sirene com cárie.
Olhos voltaram-se, como girassóis raivosos
para a palavra, tão vermelha
que manchou de rubro a face das senhoras.
E o constrangimento se manteve
até o arremate de Batista:
-A puta, de Carlos Drummond de Andrade!
Alívio entre as senhoras, sorrisos, e mesmo aplausos.
É Batista, confirma-se a tese
que o maldito está no poeta
e não na poesia.
Tuas doces poesias são consideradas malditas
só porque não lava as mãos antes de fazê-las.

De Solivam

SEM PALAVRAS

RRRECOMENDOOOOOOO....

“Chill out”


O disco é de 1995 e dividiu opiniões. Os puristas resistiam às concessões comerciais de John Lee Hooker (1917-2001) na fase final de sua longa carreira. Mas, felizmente, o mestre não perdeu muito tempo distribuindo satisfações.

O bar está fechando. Johnny pede ao garçom “One bourbon, one scotch, one beer”.

HAI-KAI

Água do poço:
o menino baixa o balde,
sobe uma estrela.
Maria Santamarina
Tradução de Carlos Seabra